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Caminho como os antigos, como tantos outros que me precederam, aqueles que na estrada do infinito todos os passos perderam…vagueio por aqui! Mas não sozinho, oh…nunca estou sozinho…nesta noite os meus companheiros são o negrume, a escuridão, o cheiro nauseabundo, por fim…a solidão!

Deambulo nas teias deste destino imundo, os meus pés estão descalços , vou sentindo as brumas que os abraçam. Está escuro mas não o sei; e como poderia saber? Se a claridade imperasse eu também não o saberia! Sinto a terra debaixo dos meus pés, não existe uma pedra que não se meta no meu caminho…um grito de dor surge, proveniente do âmago do meu ser, cresce até explodir nos meus lábios, cortando a noite, ferindo os seus sentimentos…à muito que estou cego! Assustado continuo a andar.

Algo me toca levemente nos braços, recolho o meu corpo tentando proteger-me…mas não sei o que me tocou…é triste quando não se vê, sinto-me destroçado…mas a tua voz soou e o sol secou a noite, senti a escuridão morrer em agonia, a luz a vibrar…mas como posso eu saber o que é a luz? Simples, para mim a tua voz é o sol, uma estrela que me ilumina…agora olho e vejo…estamos no alto de uma Serra mágica…que visão magnífica; para mim não é dia nem noite, o tempo pára quando estás perto. És os meus olhos, adoro o que vejo através de ti…

Aproximas os teus lábios dos meus e o meu coração cessa os batimentos…nascem sentimentos! Os mochos observam, são sábios. Sabem bem o que nos vai na alma; sorriem, fecham os olhos em sinal de respeito.

Beijas-me…suavemente, longamente…descolamos deste mundo, deixamos a Serra, deixamos tudo; subimos aos céus e voamos com os mochos. Estou confiante…sei que enquanto estivermos juntos nunca cairei…



Roberto Mendes

2 comentários:

Um texto muito profundo...fez-me pensar no medo que tenho de seguir por caminhos novos, diferentes, e nos apoios que, ao longo da viagem chamada vida, se vão chamando de amigos.
Adorei o texto. A forma como conjugas os sentimentos com coisas que nos rodeiam (sejam elas o Sol, a escuridão, ou até mesmo uma simples pedra) para que tudo isso nos dê uma imagem nítida da tua infelicidade num momento e a tua alegria noutro, está muito bem construída.
Novamente, adorei.

9 de maio de 2008 às 19:17  

A ti meu Beren...

Percorri como os antigos os caminhos que a cada passo surgiam na estrada do infinito onde nenhum passo que dei se perdeu...
Caminhei com a mesma cegueira, o mesmo cheiro pestilento, tropecei nas pedras pontiagudas que na terra que pisei repousavam, gritei de dor, gritos que surgiam do âmago do meu ser mas, como tu, continuei a andar!!!

Foi com o teu toque, do qual não me tentei nunca proteger que magicamente tudo se transformou!

Hoje caminhamos juntos, lado a lado e de mãos dadas. És tu quem retira as pedras do meu caminho, quem ilumina a nossa caminhada com o teu riso, quem exala o aroma a jasmim e alfazema que nos envolve e abraça quando magicamente, docemente nos beijamos sob o respeito dos sábios mochos...

Porque os mágicos mochos que nos olham conhecem e sabem a veracidade dos que vejo através de ti... Conhecem a luz da verdade, o sol da tua companhia e a trovoada da distância...

Tudo valeu a pena porque um dia te encontrei,juntos "subimos aos céus e voamos com os mochos. Estou confiante…sei que enquanto estivermos juntos nunca cairei…!"

Com Amor,

Luthien!

31 de maio de 2008 às 20:01  

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