O Legado de Tolkien

Apesar de a saga se ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil que fez tanto sucesso, no seu tempo, como o conseguido mais recentemente pela saga Harry Potter, foi somente após o lançamento da trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que o mestre passou a ser verdadeiramente apreciado e reconhecido pela sua grandiosa obra. Em 1996, numa pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com um canal de Televisão britânico, cerca de 25.000 leitores consideraram O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O Hobbit como estando entre os 20 melhores. Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita pela BBC, onde se questionaram as pessoas sobre a identidade dos seus livros favoritos, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro lugar euquanto que "O Hobbit" em terminou em 25°. São mais de 50 milhões de exemplares vendidos em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a ler e estudar a obra do autor.

O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. Na música (como a banda Blind Guardian e até na banda Led Zeppelin), o RPG, liderado pelo Dungeons and Dragons, que guarda muito da obra Tolkieniana, o cinema (dirigidos por Peter Jackson, os três filmes ganharam dezessete Óscares), os desenhos animados, a literatura e até mesmo a Internet, com milhares de websites dedicados a sua obra que se renderam ao legado deixado por este escritor frequentemente aclamado como o maior autor do século XX em pesquisas de opinião.

John Ronald Reuel Tolkien foi membro da directoria do New English Dictionary (1918-1920), professor de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, cátedra Rawlinson & Bosworth, posto ligado à Faculdade Pembroke (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-saxão (inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de Língua e Literatura Inglesa em Merton (1945-1959), sendo possível assim percebermos a existência de um modo próprio de lidar com os livros e a mitologia que está sempre presente na sua obra.

A criação de um dos mundos mais complexos da literatura, a Terra-Média, foi uma lufada de ar fresco para a literatura ficcional, pois, como muitos consideram, inaugurou um novo género literário, a literatura fantástica, algo de que Tolkien dizia sentir falta na literatura. Esta “nova” realidade criada pelo mestre é considerada o elemento-chave para a ficção científica de Dune (de Frank Herbert), e também para o universo mais em voga na actualidade, a saga Harry Potter de J. K. Rowling; Contudo a autora rebate esta ideia generalizada dizendo :

“Penso que se deixarmos de lado o facto de ambos os livros referirem dragões e magos, os livros de Harry Potter são muito diferentes, especialmente no tom. Tolkien criou uma mitologia própria. Ninguém poderá dizer o mesmo da minha obra”

Também o autor David Colbert escreveu no seu livro "O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis":

“Muitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling só porque ambos contam histórias sobre mundos imaginários habitados por magos. Não há muita coisa semelhante entre as suas histórias”

A Internet teve um papel mais que importante na propagação dos trabalhos do autor, pode até afirmar-se a sua preponderância pois através dela foi possível reunir fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a política, a sociedade, as línguas, a biologia e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados aos trabalhos de Tolkien que trazem ensaios, poemas, fan-fictions (contos de ficção escritos por fãs), sátiras, críticas, notícias, grupos de estudos, de discussão, fóruns, etc ;

Tudo se torna ainda mais fantástico quando se pensa na forma como a sua obra começou… Tolkien corrigia alguns testes numa noite como tantas outras quando reparou numa coisa quase bizarra, um dos alunos tinha deixado a folha em branco. Então o mestre escreveu nessa folha:

Num buraco no chão vivia um Hobbit”

Igdrasil (Roberto Mendes)

4 comentários:

E cá estou eu a visitar a casa nova, certamente um lugar fantástico!

Eu darei todo o apoio e cá estarei!

Amamnhã falamos melhor!

Abraço do distante Goor!

Pedro Ventura

1 de abril de 2008 às 18:48  

Também dou todo o meu apoio a quem gosta do fantástico em geral, mas tenho de fazer notar que a afirmação de que a literatura fantástica é inaugurada por Tolkien, é um bocadinho exagerada, to say the least; anda cá desde Gilgamesh...

14 de maio de 2008 às 13:04  

Sim, Tolkien pode não ter sido o primeiro, mas foi uma "lufada de ar fresco" para o género, e bem grande!
E a complexidade do mundo é digna de devoção! É o trabalho de uma vida. Eu admiro o Tolkien pela escrita, pelas personagens e pelas histórias, mas principalmente pela sua vida e dedicação à Terra Média.

E as comparações feitas entre eles são absurdas - tanto em termos de género como em de qualidade.

23 de maio de 2008 às 19:54  

Este comentário foi removido pelo autor.

23 de maio de 2008 às 19:55  

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