Sempre tive alguma dificuldade em definir o que é afinal a literatura Fantástica, talvez por ser um conceito demasiado abrangente, amplo e pouco estanque a influências de outros géneros literários. Todos concordaremos que se trata de ficção, no sentido de não relatar acontecimentos reais ou próximos de um acontecimento real. No entanto, já neste patamar poderíamos fazer duas distinções:



  • Ficção inverossímil - distante da realidade dos homens.


  • Ficção verossímil - distante da realidade dos homens, mas possível no todo ou em parte.

O problema é que o verossímil e o inverossímil podem misturar-se em diferentes dosagens, nem sempre sendo muito perceptível o que os separa...


Para Selma Rodrigues a "literatura fantástica europeia, ao contrário da produzida na América Latina, há uma preocupação em preservar o real quando algo sobrenatural ocorre, mesmo que a explicação apareça apenas no desfecho da obra. Visa-se, desta maneira, não se perder a verosimilhança, nem mesmo contestá-la. Já na literatura fantástica da América Latina, não há essa preocupação. Assim o verossímil funde-se com o inverossímil, o real com o sonho, como ocorre no caso da obra de Gabriel García Márquez, citada no início do livro, “Cem Anos de Solidão”."


Mas fiquemos pelo irreal, pois não sei se esta "compartimentação" geográfica consegue ser assim tão clara.


"Uma característica muitas vezes citada como delineadora e que limita a fantasia é que a história difere do nosso universo duma maneira que não resulta da ciência ou tecnologia, mas sim devido a magia ou outro fenómeno anormal."


Aqui já temos a distinção da Fantasia Científica ( Ficção Científica ), mas será que só a magia ou um fenómeno anormal justificam essas diferenças? As opiniões dividem-se. E o Terror? Mas a Ficção Científica também pode ter elementos da Fantasia e vice-versa... Ou do terror! E porque não? Ugh...


Se formos para o conceito de High-Fantasy podemos dizer que essa divergência, nem ocorre, pois o que é "credível" é o mundo "fantástico" que temos no livro, perante o qual o nosso mundo ( real ) nem sequer existe. Não existem termos de comparação. (??)


Em termos gerais também podemos classificar de Literatura Fantástica todas as obras que contenham determinados "ingredientes":




  • tecnologia e ambiência sócio-cultural medieval ( castelos, espadas, trajes, costumes, etc );


  • criaturas mitológicas ou com traços/herança cultural que as ligam a uma determinada mitologia ( dragões, elfos, grifos, duendes, etc );


  • causalidade de carácter mágico ligando os acontecimentos (1) - elementos mágicos;


  • clara distinção entre Bem e Mal ( heróis perfeitos, de sentimentos puros Vs vilões basicamente maléficos por natureza )

Podemos aceitar estes "ingredientes" como essenciais e rotular de imediato obras como Harry Potter, O senhor dos Anéis ou Eragon. Mas será assim tão linear? E quanto a outras obras (2) que se afastam mais ou menos destas premissas?


E se formos para o termos Ficção Especulativa? Abarca tudo?


O que é afinal a Literatura Fantástica? Fico a aguardar as vossas opiniões (3)!


Pedro Ventura


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1- Como defende José Luís Borges


2- Depois de escrever Goor fui confrontado com este problema. Tinha em mãos uma obra com uma conjuntura de "Literatura Fantástica", mas de onde estão ausentes muitos dos "ingredientes" acima referidos. As personagens são muito "humanas" e essa humanidade sobrepõe-se a tudo o resto. Goor é ficção, que decorre num mundo à parte, mas não é totalmente inverosímil. Classifiquei-o como Aventura Épica/ Romance Épico. No entanto, a fantasia ( o imaginário ) não lhe é estranha.

3- Espero com especial curiosidade a opinião do meu colega Roberto Mendes e do erudito PiresF



Depois do desafio por nós lançado decidi ser justo que fosse eu a dar o mote... por isso aqui vai um conto (talvez o género literário que mais me fascina) da minha autoria, que surge de alguns textos que escrevi como por exemplo os já aqui publicados "gloria perpetua" e "ethrôm"...
Assim aqui vai:

A chuva cai colando-se à minha parca roupa, beijando-me a pele. Não me importo, sempre gostei da chuva! Cavalgo à vários dias, sinto o meu belo cavalo cansado e afago-lhe um pouco a cabeça, ele relincha, percebendo o meu sinal. Há muito que não provo o sabor da comida…sinto o meu corpo mutilado, o sangue jorra, deixando poças lodosas de um viscoso vermelho no chão. O odor é pestilento, quase insuportável; Mas é necessário caminhar, e imprescindível continuar. A chuva aumenta de intensidade, sirvo-me dela para lavar o meu corpo e para atenuar as minhas preocupações. O som da água a cair, soprada por um vento superior que se junta agora à cena reclamando um lugar de destaque, é perfeito! À minha volta a floresta respira, vive, alimenta-se do que lhe é mais puro… A noite vai já longa, a lua insiste, no entanto, em iluminar esta magnifica terra, fazendo incidir o seu luar em tudo o que me rodeia. Não tenho problemas em divisar o caminho e estou grato por isso.

Afasto, repudio completamente pensamentos escuros, negros, não descerei a esse nível. Consigo assim repelir sentimentos que não me são dignos; afinal sou o único sobrevivente da minha casa, da minha raça!

Chega a manhã e a chuva desistiu de mim, não evito alguma tristeza por ver um companheiro de viagem partir… eu não paro, sinto-me fraco, estou fraco! A manhã acordou num esplendor de perfeição, a floresta desabrocha à minha passagem e uma doce melodia ouve-se no ar, embora distante. Caminho por entre majestosos e colossais carvalhos e também cedros muito antigos. São sábios, baixo a cabeça e entoo uma pequena ode de respeito. Sente-se um cheiro fresco, não demoram a aparecer medronheiros vistosos…Aproveito e colho alguns frutos, pedindo de forma gentil; A comida dá-me um novo alento, parto ainda mais decidido. A beleza da natureza reflecte-se em mim, não sou o mesmo da noite passada…e sei onde tu estás, sinto a tua presença, não estou longe. Sinto o teu odor de destruição e repugno-te uma vez mais.

Passo a maravilhosa floresta e entro num enorme deserto, a melodia pára e o meu coração acelera. O rufar de mil tambores não seria tão claro quanto as batidas no meu peito dilacerado. Vejo a orla da floresta negra, sinto o seu cheiro hediondo, vejo as suas cores miseráveis, que viajam desde um negro destoado a um pálido cinzento.

Uma voz ressoa no tempo e no espaço quando entro no negrume, deixou de ser dia mas também não é noite; aqui nada é, nada foi, nada será! Uma gargalhada surreal ecoa por entre a vegetação podre de cheiro nauseabundo.

- Ha, ha, ha… Há milhões de anos e mais que estou morto, posto sobre o negro pestilento, à chuva, ao vento, não há como eu, espectro macilento!

Surgem as brumas…desmaio, caindo das alturas do meu cavalo…atinjo o solo com um baque estridente…mas não cesso…a minha alma está viva…Acordo! Negros tempos assolam o meu coração, rajadas de vento frio invadem o meu corpo como se houvessem pretendido retirar o calor que ainda me preenche!!! A chuva cai agora grossa e nem a capa que construí durante anos me protege na totalidade, aqui e ali vários buracos rompem o manto, a chuva chega à minha pele mas não pára, não será esse o seu destino? Penetra-me e gela-me o sangue! Mas são as brumas que me assustam...apareceram lentamente, cinzentas no seu ser de esplendor, misteriosas...de principio apenas envolvem os meus pés descalços e ensanguentados, arrebatados pelo tempo que flúi na ampulheta eterna da vida; mas sobem e sobem, envolvendo-me cada vez mais e mais! Os meus olhos não são agora mais que dois pequenos pontos, outrora negros e fortes, agora ténues e transparentes. Fixam as brumas, sentem a chuva e perdem-se com o vento! O coração utiliza as suas defesas e consegue derrotar milhares de inimigos em outras tantas batalhas...contudo já perdeu muitos soldados e sabe que chegou o momento! Não poderá lutar muito mais, perderá! Lutar ou desistir? É a duvida que me destrói...Nos meus olhos não poderei confiar, corrompidos pelo mundo! As minhas mãos já nada sentem, o nariz nada cheira, a boca não existe? claro!... Apenas a minha alma se pode elevar e quebrar as barreiras dos impiedosos inimigos, sorrindo no fim! Apenas o sangue pode escrever a minha tragédia.

Os espelhos de mil cores já não me definem...a água cristalina já não me reflecte! Não apresenta a imagem do "eu", aquela que eu imaginava ter mas que não tenho; ilusão criada, de mim para mim, com o cheiro fresco do puro e intocável ser que não é, ou que por razões milenárias desconhecidas, adormecidas, embevecidas no isto e aquilo que se apresenta como a forma do ser, desconjugado de realidade, efervescente de felicidade, borbulhante de brumas longínquas se viu afastado de permanecer...
O vento já nada me sussurra, passa e bate, violento de raiva, angústias gritadas na roda do tempo!
O gelo derrete a cada passo desconjugado, de tanto alinhado, pensado aqui e agora, ontem e no outro dia, de momento em momento, do tempo ao vento, do tormento ao tempo, das crisálidas mortas enterradas e depostas no ser único do agora…NÃO! Recuso-me, já não me mostras, já não me reflectes...
Só a lama me reflecte! O cheiro a podridão de memórias vividas e absorvidas , mantidas escondidas para não serem minhas, para serem de outro eu, aquele que não existe, o grande fantasma de mim...memórias esquecidas... SIM...Eu aceito, que sois vós que me reflectes; espelhos negros que me definem, me abraçam e consolam nesse esplendor de cheiro fétido, e eu morro a cada momento nesses braços aveludados de brumas negras desgastadas…

Mas luto e permaneço pois eu sou Álf, Ijósalfar de Álfheim!

Sabia que chegarias e esperei...imóvel e imerso na natureza eu vi passarem três dias, quatro noites! E foi pela floresta que eu te pressenti, pois retiras a alma às mais puras flores, fazes os mais antigos freixos duvidarem, arrancas a vida ao sopro do vento! O teu cavalo negro aparece; tu vens imponente na tua armadura negra e os teus cabelos longos esvoaçam com esplendor! Fixo os teus olhos e vejo que não tens alma. Desmontas e sentes medo...e eu também!

Odeio-te e grito:

-Eu sou ÁLF, Ijósalfar de Álfheim...Tu és RAHÊ, Svartárfel de Svartárlfheim; aqui morremos!



Roberto Mendes (Igdrasil)

The Lost City of Z is the name given by Col. Percy Harrison Fawcett, a British surveyor, to a city that he allegedly saw in the jungle of the Matto Grosso region of Brazil.
This mysterious city is referenced in the Royal Archives of Portugal by a man who said that he visited the city in the mid-1700s. The city was described in great detail, but no firm location was given except the Matto Grosso.
Fawcett allegedly heard about this city in the early 1900s and went to Lisbon to learn more, and came across the earlier report. He was about to go in search of the city when World War I intervened.
In 1925, Fawcett and his son Jack disappeared in the Matto Grosso while searching for Z.
It is doubtful that Z ever existed. The report from the 1700s, as well as what Fawcett said that he saw, was probably some odd rock formations that exist in the region.
Paititi refers to the legendary lost city said to lie east of the Andes, hidden somewhere within the remote rain forests of southeast Peru, northern Bolivia, and southwest Brazil. In Peru the Paititi legend revolves around the story of the culture-hero Inkarrí, who, after he founded Q'ero and Cuzco, retreated toward the jungles of Pantiacolla, to live out the rest of his days at his refuge city of Paititi. Other variants of the legend see Paititi as an Incan refuge in the border area between Bolivia and Brazil.
In 2001 the Italian archaeologist Mario Polia discovered the report of the missionary Andrea Lopez in the archives of the Jesuits in Rome. In the document, which originates from the time around 1600, Lopez describes a large city rich in gold, silver and jewels, located in the middle of the tropical jungle near a waterfall and called Paititi by the natives. Lopez informed the Pope about its discovery. Conspiracy theories maintain that the exact location of Paititi has been kept secret by the Vatican.
The most serious and extensive investigation into the non-Peruvian origin of the name "Paititi" and its original locale, has been made by Vera Tyuleneva, archivist at the Qorikancha in Cusco, who has made expeditions to northern Bolivia, and provided extensive and detailed written reports of her findings.Within Peru the most serious and extensive investigations into lost sites within the mountains and jungles associated with Paititi have been carried out by the Peruvian medical doctor/explorer, Carlos Neuenschwander Landa; Argentinian Salesian priest/explorer, Juan Carlos Polentini Wester; and, into the present day (2006), by psychologist/explorer, Gregory Deyermenjian (USA), and by frontiersman/cartographer/explorer Paulino Mamani (Peru).


Mais um desenho mágico onde o puro talento se sente...é uma obra fenomenal de João Paulo Sinal, um jovem artista de talento inegável e com um futuro certamente brilhante!
Penso que não existem palavras que descrevam esta obra prima... Apraz-me apenas dizer que João Paulo não desenha...faz magia!


Personagens Fantásticas com origem em Portugal:

A coca é um ser mítico, uma espécie de fantasma, bruxa ou papão com que se assustam meninos. Embora não tenha uma aparência definida, este ser assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça era uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou fogo). A representação da coca era feita com uma panela ou abóbora oca em que se faziam três ou quatro buracos, imitando olhos, nariz e boca, e em que se colocava uma luz dentro e deixava-se, durante a noite, num lugar bem escuro para assustar crianças e pessoas que passavam. A coca é um ser feminino, o equivalente masculino é o coco embora ambos acabem por ser dois aspectos do mesmo ser, e confundem-se um com o outro na sua representação e no seu papel de assustar meninos; como nenhum destes seres tem uma forma definida toma-se um pelo outro.

No norte de Portugal, a coca é representada por um dragão com escamas. Na vila de Monção, conhecida como a terra da "coca", ela é chamada de "santa coca" ou "coca rabixa". Na festa do dia do Corpus Christi a coca é o dragão que luta com São Jorge na representação da lenda de São Jorge e o dragão. Há referências à Festa da Coca desde o século XVI.

Após a Procissão do Corpo de Deus, o povo forma círculo na Praça Deuladeu. A coca (o dragão) – uma estrutura de madeira com um homem no interior – e um cavaleiro representando S. Jorge, com uma capa vermelha, elmo e lança, iniciam a "luta". A coca é empurrada pelos populares contra o cavalo, enquanto o cavaleiro desfere golpes contra a carapaça. Finalmente, S. Jorge vence com um golpe sobre a orelha da coca. A coca sem a orelha perde a força. E assim, mais uma vez, o Mal é vencido pelo Bem.

Na literatura oral a coca é tema das cantigas de embalar, tal como o bicho-papão que rouba criancinhas ou a Maria-da-Manta que tem fogo nos olhos, é um ser que assusta as crianças, está sempre à espreita (está sempre à coca), e impede que o sono chegue. O sono é muitas vezes personificado por um outro ser mítico, o João Pestana.

No Auto da Barca do Purgatório (1518), de Gil Vicente, um menino identifica o diabo como o "coco"

“Mãe e o coco está ali

queres vós estar quedo co'ele?

Demo: Passa passa tu per i.

Menino: E vós quereis dar em mi

Ó demo que o trouxe ele."



Igdrasil (Roberto Mendes)



" (...)mas de todos os livros que li durante o ano, sem duvida alguma “Goor - A Crónica de Feaglar 2“ foi o melhor do ano, melhor de todos, daquele tipo de livro que tenho sempre a mão para uma releitura, e posso indicar com toda confiança como sendo um livro completo."
in Realidade Torta - Brasil
"Este romance de aventuras épicas “adocicado com o toque mágico da fantasia” merece, sem dúvida, a nossa atenção. Valores como a amizade e a liberdade, tão essenciais à nossa condição humana, estão aqui sempre presentes."
in Montijo Agenda
"Regresso a Goor, mundo fantástico capaz de fazer corar o Senhor dos Anéis!"
in Correio da Manhã
Pontos de venda na Internet:


"A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os géneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autónoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio."

Afrânio Coutinho (Escritor Brasileiro)

Aqui está o primeiro desafio do Correio do Fantástico. É simples, consiste apenas no envio dos vossos textos originais, aqueles que estão há muito guardados na gaveta eou os projectos novinhos em folha, para o e-mail tertuliafantastico@hotmail.com.

Depois de uma leitura da nossa parte podem contar com uma critica séria e sincera, bem como a subsequente publicação dos melhores textos. Para vos oferecer alguns conselhos e dicas úteis podem contar com a experiência de Pedro Ventura, autor da fantástica saga Goor – As crónicas de Feaglar ;

Se gostas de escrever não hesites, envia-nos os teus textos (em prosa, conto, poema, etc.); Agarra a oportunidade!

Que a Magia habite sempre os vossos corações!


Gloria Perpetua!

Negros tempos que assolam o meu coração, rajadas de vento frio invadem o meu corpo como se houvessem pretendido retirar o calor que ainda me preenche!!! A chuva cai grossa e nem a capa que construi durante anos me protege na totalidade, aqui e ali vários buracos rompem o manto, a chuva chega à minha pele mas não pára, não será esse o seu destino? Penetra-me e gela-me o sangue!Mas são as brumas que me assustam...apareceram lentamente, cinzentas no seu ser de esplendor, misteriosas...de principio apenas envolvem os meus pés descalços e ensanguentados, arrebatados pelo tempo que flui na ampulheta eterna da vida; mas sobem e sobem, envolvendo-me cada vez mais e mais! Os meus olhos não são agora mais que dois pequenos pontos, outrora negros e fortes, agora ténues e transparentes. Fixam as brumas, sentem a chuva e perdem-se com o vento! O coração utiliza as suas defesas e consegue derrotar milhares de inimigos em outras tantas batalhas...contudo já perdeu muitos soldados e sabe que chegou o momento! Não poderá lutar muito mais, perderá! Lutar ou desistir? É a duvida que me destrói...Nos meus olhos não poderei confiar, corrompidos pelo mundo! As minhas mãos já nada sentem, o nariz nada cheira, a boca não existe?claro!... Apenas a minha alma se pode elevar e quebrar as barreiras dos impiedosos inimigos, sorrindo no fim! Apenas o sangue pode escrever a minha tragédia!

Não descerei a Niflheim, as brumas de Midgard não me matarão pois a minha alma anseia por Asgard....por fim a perfeição de Valhol! Por isso sou "Igdrasil" e " Yggdrasil", o eixo do meu mundo!

Igdrasil (Roberto Mendes)

Rita Rosado Comércio : Veredictum Essendi!!!

Nasceu um novo blog e com ele uma nova autora portuguesa se revela… Rita Rosado Comércio expõe nos seus fantásticos textos a dualidade corpo \ alma, levando o leitor numa viagem em que a alma possui uma natureza bem diversa da natureza mortal e compósita do corpo. A alma é, em si mesma, simples, constante e idêntica e, por este motivo, está isenta de qualquer decomposição. Separam-se então, dois seres que possuem diferentes naturezas, sendo a alma uma realidade invisível que existe em si e por si, e o corpo, nunca permanecendo idêntico a si mesmo, é uma realidade bem visível que se sujeita constantemente a um processo de decomposição dada a sua natureza. Os seus textos são intensos, repletos de cheiros, cores e emoções; a leitura das suas palavras é fluída e prende-nos facilmente no seu mundo, que passa a ser o nosso!
Outros temas são também tratados por esta autora como por exemplo o existencialismo presente, entre outros autores, em Kafka ( metamorfose ) e Jean-Paul Sartre.
Viajando entre o corpo e a alma facilmente nos perdemos na magia das linhas desta história fantástica.

Sem duvida a não perder!

A visitar no site : http://veredictumessendi.bloguepessoal.com

Classificação deste Blog: 5 estrelas

Igdrasil (Roberto Mendes)


Igorj de Harmeling - O Escolhido de Ana Paula Cabral, da Editorial Tágide, obra de índole juvenil com que se inicia a trilogia O Tratado dos Magos.
"É um livro que nos prende de imediato e nos leva de seguida pelos corredores do tempo(...)"
Joaquim Pessoa

Os espelhos de mil cores já não me definem...a água cristalina já não me reflecte! Não apresenta a imagem do "eu", aquela que eu imaginava ter mas que não tenho; ilusão criada, de mim para mim, com o cheiro fresco do puro e intocável ser que não é, ou que por razões milenárias desconhecidas, adormecidas, embebecidas no isto e aquilo que se apresenta como a forma do ser, desconjugado de realidade, efeverescente de felicidade, borbulhante de brumas longíncuas se viu afastado de permanecer...
O vento já nada me sussurra, passa e bate, violento de raiva, angústias gritadas na roda do tempo!
O gelo derrete a cada passo desconjugado, de tanto alinhado, pensado aqui e agora, ontem e no outro dia, de momento em momento, do tempo ao vento, do tormento ao tempo, das crisálidas mortas enterradas e depostas no ser único do agora...carpe diem...NÃO! Recuso-me, já nao me me mostras, já não me reflectes...
Só a lama me reflecte! O cheiro a podridão de memórias vividas e absorvidas , mantidas escondidas para não serem minhas, para serem de outro eu, aquele que não existe, o grande fantasma de mim...memórias esquecidas...
Morri nos teus olhos quando a tua cara se transformou, o sorriso apagado tudo em mim mudou...De novo os espelhos... SIM...EU aceito, que sois vós que me reflectes; espelhos negros que me definem, me abraçam e consolam nesse esplendor de cheiro fétido, e eu morro a cada momento nesses braços aveludados de brumas negras desgastadas.. aperta-me com mais força, por favor, eu te peço...eu te peço: aperta os meus medos e sonhos, repele esses segredos medonhos!
Mas até vós, ó bruma celestial, até vós me deixais e o meu coração despedaçais!
E eu fico com frio e por mim espero, neste pesadelo austero!


Roberto Mendes


O Legado de Tolkien

Apesar de a saga se ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil que fez tanto sucesso, no seu tempo, como o conseguido mais recentemente pela saga Harry Potter, foi somente após o lançamento da trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que o mestre passou a ser verdadeiramente apreciado e reconhecido pela sua grandiosa obra. Em 1996, numa pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com um canal de Televisão britânico, cerca de 25.000 leitores consideraram O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O Hobbit como estando entre os 20 melhores. Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita pela BBC, onde se questionaram as pessoas sobre a identidade dos seus livros favoritos, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro lugar euquanto que "O Hobbit" em terminou em 25°. São mais de 50 milhões de exemplares vendidos em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a ler e estudar a obra do autor.

O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. Na música (como a banda Blind Guardian e até na banda Led Zeppelin), o RPG, liderado pelo Dungeons and Dragons, que guarda muito da obra Tolkieniana, o cinema (dirigidos por Peter Jackson, os três filmes ganharam dezessete Óscares), os desenhos animados, a literatura e até mesmo a Internet, com milhares de websites dedicados a sua obra que se renderam ao legado deixado por este escritor frequentemente aclamado como o maior autor do século XX em pesquisas de opinião.

John Ronald Reuel Tolkien foi membro da directoria do New English Dictionary (1918-1920), professor de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, cátedra Rawlinson & Bosworth, posto ligado à Faculdade Pembroke (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-saxão (inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de Língua e Literatura Inglesa em Merton (1945-1959), sendo possível assim percebermos a existência de um modo próprio de lidar com os livros e a mitologia que está sempre presente na sua obra.

A criação de um dos mundos mais complexos da literatura, a Terra-Média, foi uma lufada de ar fresco para a literatura ficcional, pois, como muitos consideram, inaugurou um novo género literário, a literatura fantástica, algo de que Tolkien dizia sentir falta na literatura. Esta “nova” realidade criada pelo mestre é considerada o elemento-chave para a ficção científica de Dune (de Frank Herbert), e também para o universo mais em voga na actualidade, a saga Harry Potter de J. K. Rowling; Contudo a autora rebate esta ideia generalizada dizendo :

“Penso que se deixarmos de lado o facto de ambos os livros referirem dragões e magos, os livros de Harry Potter são muito diferentes, especialmente no tom. Tolkien criou uma mitologia própria. Ninguém poderá dizer o mesmo da minha obra”

Também o autor David Colbert escreveu no seu livro "O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis":

“Muitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling só porque ambos contam histórias sobre mundos imaginários habitados por magos. Não há muita coisa semelhante entre as suas histórias”

A Internet teve um papel mais que importante na propagação dos trabalhos do autor, pode até afirmar-se a sua preponderância pois através dela foi possível reunir fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a política, a sociedade, as línguas, a biologia e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados aos trabalhos de Tolkien que trazem ensaios, poemas, fan-fictions (contos de ficção escritos por fãs), sátiras, críticas, notícias, grupos de estudos, de discussão, fóruns, etc ;

Tudo se torna ainda mais fantástico quando se pensa na forma como a sua obra começou… Tolkien corrigia alguns testes numa noite como tantas outras quando reparou numa coisa quase bizarra, um dos alunos tinha deixado a folha em branco. Então o mestre escreveu nessa folha:

Num buraco no chão vivia um Hobbit”

Igdrasil (Roberto Mendes)

Bem vindos ao Correio do Fantástico!!!
Este é um Blog criado a pensar na magia da literatura em geral e em especial da literatura fantástica! Contudo não se esgotará aqui este blog, tendo ainda como objectivo a passagem por outros tipos de arte como por exemplo o desenho; Será um blog com pendor historicista mas também actualista, que terá como objectivos não só a criação de posts de análise dos "grandes autores" (caso de Tolkien, Gabriel Garcia Marquez, etc) e das grandes obras do género mas também, e mais importante ainda,disponibilizar informação detalhada sobre a nova geração de autores portugueses, tanto os já consagrados como os ilustres desconhecidos. Assim os novos autores poderão postar contos inéditos ou pequenas histórias originais, sendo que da nossa parte poderão esperar criticas sinceras e atentas bem como todo o apoio que nos seja possivel facultar! Este site é para vocês, leitores que deixam a magia inebriar os vossos corações!
Obrigado pela visita!

Igdrasil (Roberto Mendes)

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