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Sete anos depois, o romance épico "Goor - A Crónica de Feaglar", volume I está novamente disponível!

PONTOS DE VENDA:

LIVRO
custo: cerca de 16 euros - incluindo despesas de envio (economy) para PORTUGAL
          cerca de 52 reais - incluindo despesas de envio (economy ) para o BRASIL

*Pode também contactar directamente o autor: noctis2006@sapo.pt

EBOOK
custo: 5 euros/R$12.02 





 “Lembro que cando rematei de lér a segunda novela de Pedro Ventura (Goor II – A Crónica de Feaglar, aló polo 2007) puiden dicir sen temor ao ridículo que viña de rematar a millor novela de xénero fantástico da miña vida. Aquela novela era o cabo a unha história de coraxe, aventuras e humanidade que tan só facían desexar lér mais e mais (…)”

NOVA FANTASIA (GALIZA - ESPANHA)


"Enquanto leitor senti-me verdadeiramente sugado pela história levando a que consumisse cada pequeno passo da narrativa de forma deliciosa...Tem todos os ingredientes: acção, intriga, romance... Se gosta do género, vai adorar este livro. Eu já vou a meio e estou a adorar! A história é fluida e interessante, tendo lugar num mundo imaginário, onde o valor humano tem um papel muito importante. Quem não comprar este livro não sabe o que perde..."

GALEONDI - YAHOO (BRASIL) 

"Goor - As Crónicas de Feaglar I & II são obras inigualáveis. A primeira coisa em que pensei quando terminei de os ler foi "Uau, nunca pensei que houvesse uma obra destas, muito menos escrita por um autor português". (...) Desde cedo entramos num mundo completamente novo. E, apesar de estas duas obras serem classificadas no género Fantástico, desenganem-se se pensam que vão encontrar os seus elementos típicos como fadas, gnomos, elfos, anjos ou vampiros ou o que quer que vos possa passar pela cabeça. Aqui, temos a humanidade dura e crua, onde cada pensamento e acção têm uma intensidade nunca antes expressas desta forma."

SOFIA TEIXEIRA - BLOG MORRIGHAN (PORTUGAL)




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À venda nas principais livrarias e online nos seguintes sites:






FNAC (envio grátis e desconto para aderentes)

EDITORIAL PRESENÇA  

           








EDITORIAL BERTRAND (desconto de 10%)



 

O correio está a funcionar em : correiodofantastico.wordpress.com !









" (...)mas de todos os livros que li durante o ano, sem duvida alguma “Goor - A Crónica de Feaglar 2“ foi o melhor do ano, melhor de todos, daquele tipo de livro que tenho sempre a mão para uma releitura, e posso indicar com toda confiança como sendo um livro completo."
in Realidade Torta - Brasil

"Este romance de aventuras épicas “adocicado com o toque mágico da fantasia” merece, sem dúvida, a nossa atenção. Valores como a amizade e a liberdade, tão essenciais à nossa condição humana, estão aqui sempre presentes."
in Montijo Agenda

"Regresso a Goor, mundo fantástico capaz de fazer corar o Senhor dos Anéis!"
in Correio da Manhã

"Por fin chegou ás nosas mans a segunda parte da Crónica de Feaglar. E se me pedides que vola resuma nunha frase, direi-vos que concordo que as segundas partes non son boas, neste caso, son mellores! (...) Eu pola miña banda só podo dicir que fico coa mesma sensación que cando acabo un bo libro ou unha película: qué magoa que xa acabase, pero disfrutei tanto mentras... "
in Nova Fantasia ( Espanha )

Pontos de venda na Internet:LivrosNet

Ou adquira directamente enviando um mail para: noctis2006@sapo.pt

O CORREIO DO FANTÁSTICO ESTÁ AGORA A FUNCIONAR NO SITE:

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Howard Philips Lovecraft foi o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de jóias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, que provinha de uma importante família americana. Lovecraft tinha três anos quando o seu pai sofreu uma aguda crise nervosa que deixou sequelas profundas, obrigando-o a passar o resto de sua vida em clínicas de repouso. Consequentemente Lovecraft foi educado pela sua mãe , Sarah, por duas tias e também pelo seu avô, Whipple van Buren Phillips, que muito o influenciou. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava poesia aos dois anos e já escrevia os seus próprios poemas com apenas seis anos de idade. Foi o seu avô que encorajou os seus hábitos de leitura, apresentando-lhe versões infantis da Ilíada e da Odisseia, de Homero, e introduzindo-o à literatura de terror gótico.

Lovecraft passou uma infância assolada pela doença. Na biografia do autor, o seu biógrafo, L. Sprague de Camp, afirmou que o jovem Howard sofria de poiquilotermia, uma raríssima doença que fazia com que a sua pele se apresentasse sempre gelada ao toque. Devido aos seus problemas de saúde, ele frequentou a escola apenas esporadicamente, contudo lia bastante.

A morte de seu avô, em 1904, revelou-se um acontecimento fatídico que levou a família a um grave estado de pobreza, em decorrência da incapacidade das filhas de gerir os bens que este lhes havia deixado em herança. Foram assim obrigados a mudar de habitação e a deixar o estilo de vida mais cómodo a que se tinham habituado. Uma das consequências foi o súbito agravo da saúde do já muito frágil Lovecraft. Em 1908, um colapso nervoso levou a que o jovem Lovecraft ficasse impedido de receber o seu diploma no ensino médio o que, consequentemente, complicou a sua entrada na universidade. Esse fracasso pessoal marcaria Lovecraft para o resto dos seus dias.

Durante a sua juventud dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1923, publicou o seu primeiro trabalho profissional, Dagon, na revista Weird Tales. Lovecraft junto de C.M. Eddy , tornou-se um ghostwriter no magazine Weird Tales, para artigos do famoso mágico Harry Houdini.

Após a morte de sua mãe, que nunca chegou a ver o filho publicar um trabalho, Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período de tempo, durante o qual conheceu Sonia Greene com quem viria a casar. Ela era natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele. O casal mudou-se para o bairro de Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, cidade que Lovecraft nunca gostou. O casamento durou poucos anos e, após o divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde habitaria até morrer.

O período imediatamente após o divórcio foi o mais prolífico de Lovecraft. Foram várias as vezes em que ele se correspondia com vários escritores estreantes de horror, ficção e aventura. Entre eles, o seu mais ávido correspondente era Robert E. Howard, criador de Conan o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras, Nas Montanhas da Loucura e O Caso de Charles Dexter Ward, foram escritas nessa época.

Os últimos anos da sua vida foram bastante difíceis. Em 1932, a sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se para uma pequena casa alugada com outra tia e companhia remanescente, Annie Gamwell. A casa era situada atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras (dificultando as vendas), Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e "ghost-writing" de textos assinados por outros, inclusive poemas e obras não fictícias. Em 1936, a notícia do suicídio de seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria (cancro no intestino) já avançara o suficiente para que pouco se pudesse fazer contra ela. Lovecraft suportou dores horríveis até que em 10 de Março de 1937 se viu obrigado a ser internado no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois. Contava então 46 anos de idade.

Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de Março de 1937, no cemitério de Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips. O seu túmulo é o mais visitado do local, mas passaram-se décadas sem que o mesmo fosse demarcado de forma exclusiva. No centenário do seu nascimento, milhares de fãs norte-americanos se organizaram para inaugurar uma lápide definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma das suas cartas.

H. P. Lovecraft e as criaturas de Cthulhu, por ele criadas

Pensa-se que a maior parte dos trabalhos de Lovecraft foram diretamente inspirados pelos seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. As suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda admiração, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram as suas histórias em “terras de sonho”. As constantes referências, nos seus textos, a horrores antigos e a monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar como que uma mitologia que hoje se conhece por Cthulhu Mythos, contendo vários panteões de seres extraordinários, tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses, e que reinaram sobre a Terra milhões de anos antes do aparecimento dos humanos. Entre outras coisas, alguns dos seres teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção directa em toda a história do universo.

A expressão Cthulhu Mythos foi criada, após a morte de Lovecraft, pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores que basearam as suas histórias nos trabalhos deste. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefactos das histórias de terror, o Necronomicon, um livro de invocação de demónios escrito por Abdul Alhazred, sendo até hoje popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de vários Necronomicons falsos e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando a sua origem e percurso histórico.

Lovecraft foi um dos mais geniais mestres do terror, a sua obra é intensa e imprescindível para um admirador do género. Muitos têm tentado viver à altura do legado do mestre, esperamos assim que das cinzas surja de novo um escritor tão mágico quanto ele!

Há já alguns dias foram anunciados os vencedores dos Prémios Hugo 2008, os mais prestigiados prémios da Ficção Científica mundial. Eis a lista dos vencedores:
  • Best Novel: The Yiddish Policemen’s Union by Michael Chabon
  • Best Novella: “All Seated on the Ground” by Connie Willis
  • Best Novelette: “The Merchant and the Alchemist’s Gate” by Ted Chiang
  • Best Short Story: “Tideline” by Elizabeth Bear
  • Best Related Book: Brave New Words: The Oxford Dictionary of Science Fiction by Jeff Prucher
  • Best Dramatic Presentation, Long Form: Stardust Written by Jane Goldman and Matthew Vaughn, Based on the novel by Neil Gaiman Illustrated by Charles Vess Directed by Matthew Vaughn
  • Best Dramatic Presentation, Short Form: Doctor Who “Blink” Written by Steven Moffat Directed by Hettie Macdonald (BBC)
  • Best Editor, Long Form: David G. Hartwell
  • Best Editor, Short Form: Gordon Van Gelder
  • Best Professional Artist: Stephan Martiniere
  • Best Semiprozine: Locus
  • Best Fanzine: File 770
  • Best Fan Writer: John Scalzi
  • Best Fan Artist: Brad Foster
  • John W. Campbell Award for Best New Writer: Mary Robinette Kowal

O grande vencedor foi o romance The Yiddish Policemen’s Union, de Michael Chabon, ainda não foi publicado em Portugal. Destaque ainda para Connie Willis e Robert Silverberg, autores já publicados no nosso país, e para o filme Stardust, adaptação cinematográfica do conhecido romance de Neil Gaiman.




ROD SERLING. Born Edward Rodman Serling in Syracuse, New York, U.S.A., 25 December 1924. Educated at Antioch College, Yellow Springs, Ohio, B.A. 1950. Married: Carolyn Kramer, 1948; two daughters. Served as paratrooper in U.S. Army during World War II. Worked as writer for WLW-Radio, Cincinnati, Ohio, 1946-48, WKRC-TV, Cincinnati, 1948-53; freelance writer, from 1953; producer, television series The Twilight Zone, 1959-64, and Night Gallery, from 1969; taught at Antioch College, 1950s and Ithaca College, 1970s. Honorary degrees: D.H.L., Emerson College, Boston, Massachusetts, 1971, and Alfred University, New York, 1972; Litt. D. from Ithaca College, 1972. President, National Academy of Television Arts and Sciences, 1965-66; member of the council, Writers Guild of America West, 1965-67. Recipient: six Emmy Awards; Sylvania Awards, 1955 and 1956; Christopher Awards, 1956 and 1971; Peabody Award, 1957; Hugo Awards, 1960, 1961, and 1962. Died 28 June 1975.
Rod Serling was perhaps the most prolific writer in American television. It is estimated that during his twenty-five year career, from the late 1940s to 1975, over 200 of his teleplays were produced. This staggering body of work for television has ensured Serling's place in the history of the medium. His emphasis on character (psychology and motivation), the expedient handling of incisive, direct and forceful and painfully penetrating dialogue, alongside his moralizing subtext, placed him in a unique position to question mankind's prejudices and intolerance as he saw it.


TELEVISION PLAYS (selection, writer)
1953 "Nightmare at Ground Zero" Suspense1953 "Old MacDonald Had a Curve" Kraft Television Theater1954 "One for the Angels" Danger 1955 "Patterns" Kraft Television Theater 1955 "The Rack" U.S. Steel Hour1956 "Requiem for a Heavyweight" Playhouse 90 1956 "Forbidden Area" Playhouse 90 (from Pat Frank's novel)1957 "The Comedian" Playhouse 901959 "The Lonely" Twilight Zone1959 "Time Enough at Last" Twilight Zone1965-66 The Loner, 14 Episodes1966 The Doomsday Flight 1970 "A Storm in Summer" Hallmark Hall of Fame1971 "Make Me Laugh" Night Gallery
TELEVISION SERIES (producer)
1959-64 The Twilight Zone 1970-73 Night Gallery
FILMS (writer)
Patterns, 1956; Saddle the Wind (with Thomas Thompson), 1958; Requiem for a Heavyweight, 1962; The Yellow Canary, 1963; Seven Days in May, 1964; Assault on a Queen, 1966; Planet of the Apes (with Michael Wilson), 1968; A Time for Predators, 1971.
STAGE
The Killing Season, 1968.
PUBLICATIONS
Stories from the Twilight Zone. New York: Bantam, 1960.
More Stories from the Twilight Zone. New York: Bantam, 1961.
New Stories from the Twilight Zone. New York: Bantam, 1962.
Requiem for a Heavyweight (novel). New York: Bantam, and London: Corgi, 1962.
From the Twilight Zone (short stories). New York: Doubleday, 1962.
Night Gallery (short stories). New York: Bantam, 1971.
Night Gallery 2 (short stories). New York: Bantam, 1972.
Rod Serling's Night Gallery Reader. Greenberg, Martin H., Carol Serling, and Charles G. Waugh, editors. New York: Dembner Books, 1987.



Esta é uma justa homenagem a um autor e a uma série que me influenciou profundamente durante a minha infância/juventude. Depois de me ter espicaçado a imaginação, voltei a vê-la e percebi que cada episódio continha também uma mesagem muito importante. Esta série de culto irá sempre acompanhar-me e influênciar-me. Obrigado Rod Serling.

    Resultados dos prémios LOCUS:

    MELHOR:
  • Melhor Novela de Fc: O ciclo Barroco, de Neal Stephenson
  • Melhor Novela de Fantasia Épica: Iron Council, de China Mieville
  • Novela de Fantasia: Jonathan Strange & Mr. Norrell, de Susanna Clarke
  • Literatura juvenil: A Hat Full of Sky, de Terry Pratchett
  • Novela curta: Golden City Far, de Gene Wolfe
  • Relato Longo (empate): Reports of Certain Events in London, de China Mieville e The Faery Handbag, de Kelly Link
  • Relato Curto: Forbidden Brides of the Faceless Slaves in the Nameless house of the Night of Dread Desire, de Neil Gaiman
  • Antologia: The Year’s Best Science Fiction: Twenty-First Annual Collection, de Gardner Dozois
  • Colecção: The John Varley Reader, de John Varley
  • Ensaio: The Wave in the Mind, de Ursula K. Le Guin
  • Livro ilustrado: Spectrum 11: The Best in Contemporary Fantastic Art, de Cathy e Arnie Fenner
  • Ilustrador: Michael Whelan
  • Editora: Ellen Datlow
  • Revista: The Magazine of Fantasy and Science Fiction
  • Editorial: Tor

fONTES: Novafantasia


"O Letrário, empresa de consultoria em Língua Portuguesa, acaba de lançar a primeira editora on-line, exclusivamente dedicada à publicação de contos originais e inéditos. Na Letrário Editora, o acesso aos contos publicados é totalmente livre.
Ana Carolina Carvalho, Casimiro de Brito, Fernando Esteves Pinto, João Camilo, Laís Chaffe, Luís Ene, Paulo Kellerman, Rogério Castanheira, Urbano Tavares Rodrigues, Wilson Gorges são os escritores com que a Editora acaba de se lançar.
A Letrário Editora, cuja criação foi inspirada no projecto de responsabilidade social do Letrário (O Nosso Coração é Vegetal), tem três objectivos:
promover a leitura em suporte digital, de modo a evitar o abate de árvores para fabricação de papel,
promover a criação de novos textos em Língua Portuguesa,
fomentar a leitura de textos em Língua Portuguesa, divulgando novos talentos e talentos já reconhecidos."

Depois de reflectir sobre o assunto decidi reduzir o limite mínimo de palavras por cada conto para apenas 1000 palavras.

O prazo será o mês de Setembro;

Roberto Mendes

Hoje um velho sonho renasceu, brotando das cinzas qual fénix mágica! Hoje finalmente vi um mero pensamento, mero sonho, ganhar forma e relevo. Há muito que tinha pensado partir para um projecto novo, não só para mim, também para o universo editorial português; Pequei talvez pela inércia com que fui desenvolvendo a ideia, que por muito tempo não passou de simples devaneio, encontrando ouvidos apenas na minha companheira de vida, que tanto escutou e aconselhou. A coragem para apresentar o projecto foi surgindo compassada. Passo a explicar:

Nasce hoje um conceito de revista muito próprio, atrevo-me a dizer que único (por desconhecimento de projectos semelhantes em Portugal); Falo-vos de uma revista de contos do fantástico que junta novas vozes a autores já consagrados. Novos textos de novos autores, de, quem sabe, novas estrelas que poderão brilhar na literatura. Sem ligar a críticas encartadas, sexo ou idade, apenas com base na qualidade das palavras que se conjugam para formar uma história mágica.

E hoje foi um dia especial para este projecto pois fui informado do interesse neste projecto por parte de uma pequena editora. Assim agora basta trabalhar para finalizar o projecto e para finalmente o apresentar em reunião com os editores; é aqui que vocês entram:

Sendo que uma das pretensões deste projecto é dar voz a novos autores deixo aqui neste espaço o desafio; Enviem-me os vossos textos, que esperam uma oportunidade encerrados na gaveta, dêem largas à vossa imaginação criando novas histórias e universos, sejam os primeiros a viajar neste novo caminho, sejam os primeiros a marcar esta revista.

Para pedirem informações ou para submeterem os vossos contos enviem e-mail para: Igdrasil@sapo.pt

Os textos terão de ser no estilo de conto, não ultrupassando as 15.000 palavras, tendo como limite mínimo as 8.000 palavras. Podem versar sobre qualquer dos sub-géneros do fantástico (terror, fantasia épica, sci-fi, etc...)


Agarrem o desafio, podem ser as novas estrelas a fazer brilhar a literatura fantástica!


Roberto Mendes



A arte da literatura fantástica e a arte gráfica no género do fantástico são dois lados da mesma moeda que se desenvolveram conjuntamente durante várias décadas, perpassando por períodos de união inextrincável. Muitos dos leitores associam os grandes livros de fantástico às brilhantes capas que os acompanham. Neste Âmbito os leitores devem muito a um casal especial: Boris Vallejo e Julie Bell!

Ambos têm vindo a criar obras memoráveis, repletas de pura imaginação e sublevadas por um talento delicioso. Desde capas para livros, calendários, posters de filmes, quase tudo o que é tocado pela mão deste duo soberbo é transformado em ouro. Eles são, sem dúvidas, o Rei e a Rainha do mundo da arte gráfica no fantástico.

Uma das coisas que os distingue de tantos outros talentosos artistas é o facto de apresentarem uma especial paixão pelo papel da mulher no fantástico. Este facto torna-se numa verdadeira reverencia pela mulher, não se trata apenas de uma bela colecção de lindas mulheres parcialmente nuas segurando em espadas de aparência mítica ou montando unicórnios (apesar de existirem muitos trabalhos que correspondem a esta descrição). É uma verdadeira homenagem à mulher!

Mas o que torna este livro numa obra de valor tão especial?

A resposta pode apenas ser a sua originalidade aliada ao facto de cada pintura surgir acompanhada de comentários dos criadores, o que nos permite perceber pequenos pormenores que talvez nos passassem ao lado. É, certamente, uma grande ajuda para os pequenos artistas deste género, que sonham um dia elevar-se neste mundo mágico.

O realismo patente nos trabalhos deste duo provém muito do facto de terem modelos reais aquando da realização do desenho; alguns dos modelos foram encontrados em ginásios pelos próprios artistas, outros são modelos famosos como Julie Strain.

Este livro consubstancia um “must have” para todos os apaixonados da fantasia!


Roberto Mendes

Fontes: Amazon

Estão anunciados os finalistas para um dos mais importantes prémios americanos de ficção cientifica. O prémio Memorial Theodore Sturgeon para melhor conto, ou “short story”, e para melhor romance de sci-fi será anunciado no decurso da Conferência Campbell 2008, que decorre de 10 a 13 de Julho Na cidade de Lawrence, Kansas.


Os finalistas deste ano são:

1. The Forest” de Laird Barron

2. Tideline” de Elizabeth Bear

3. The Merchant and the Alchemist’s Gate” de Ted Chiang

4. The Dreaming Wind” de Jeffrey Ford

5. Always” de Karen Joy Fowler

6. The Tomb Wife” de Gwyneth Jones

7. The Last American” de John Kessel

8. The Master Miller’s Tale” de Ian R. MacLeod

9. Finisterra” de David Moles

10. Baby Doll” de Johanna Sinisalo

11. Memorare” de Gene Wolfe

(Kij Johnson faz parte do júri deste ano por isso a sua obra nomeada “The Evolution of Trickster Stories Among the Dogs of North Park After the Change” foi retirada do prémio);

Na vertente de romance de sci-fi os nomeados para o prémio são:

"HARM" de Brian Aldiss

"The Yiddish Policeman’s Union" de Michael Chabon

"In War Times" de Kathleen Ann Goonan

"The New Moon’s Arms" de Nalo Hopkinson

"Mainspring" de Jay Lake

"The Execution Channel" de Ken MacLeod

"Brasyl" de Ian McDonald

"Time’s Child" de Rebecca Ore

"Bad Monkeys" de Matt Ruff

"Rollback" de Robert J. Sawyer,

"Zig Zag" de Jose Carlos Somoza

"The Margarets" de Sheri S. Tepper

"Deadstock" de Jeffrey Thomas

"Axis" de Robert Charles Wilson.


Roberto Mendes

Fontes: Novafantasia;


A A.F.I.(instituto de cinema americano) publicou um estudo sobre os dez melhores filmes, de diversos géneros, dos últimos cem anos. O fantástico e a ficção cientifica figuram entre estes géneros. Um jurado de 1.500 pessoas, incluindo especialistas de cinema, historiadores e artistas dos mais diversos quadrantes das artes decidiu-se então pelas seguintes listas de filmes:
Género do Fantástico:

  1. THE WIZARD OF OZ (1939)
  2. THE LORD OF THE RINGS: THE FELLOWSHIP OF THE RING (2001)
  3. IT'S A WONDERFUL LIFE (1946)
  4. KING KONG (1933)
  5. MIRACLE ON 34TH STREET (1947)
  6. FIELD OF DREAMS (1989)
  7. HARVEY (1950)
  8. GROUNDHOG DAY(1993)
  9. THE THIEF OF BAGDAD(1924)
  10. BIG (1988)


Género da Ficção Cientifica:
  1. 2001: A SPACE ODYSSEY(1968)
  2. STAR WARS: EPISODE IV - A NEW HOPE(1977)
  3. E.T. - THE EXTRA TERRESTRIAL(1982)
  4. A CLOCKWORK ORANGE (1971)
  5. THE DAY THE EARTH STOOD STILL(1951)
  6. BLADE RUNNER (1982)
  7. ALIEN(1979)
  8. TERMINATOR 2: JUDGMENT DAY(1991)
  9. INVASION OF THE BODY SNATCHERS (1956)
  10. BACK TO THE FUTURE (1985)
Roberto Mendes
Fontes: Novafantasia; www. Afi.com;

    Como muitos de vocês não sabem estou na Força Aérea, no curso de praças a tirar Serviços de Apoio ao Secretariado, e neste curso tenho uma disciplina parecida à disciplina de Português do secundário que se chama Técnicas de Comunicação. Hoje a essa disciplina tive um momento de avaliação em que tinha de escolher de entre 4 tipos de texto (narrativo, descritivo, argumentativo e expressivo) e escrever entre 250 e 300 palavras acerca de um tema. Escolhi o texto expressivo (tema livre) e o que me saiu foi o seguinte:



Um mundo mágico.

    Muitas vezes dou por mim a imaginar e a fantasiar com um mundo mágico, repleto de paisagens e criaturas quase indiscritíveis! Um mundo repleto de cores vivas, sem o cinzento da vida, cheio de melodias alegres como o som de duas borboletas a voarem entrelaçadas e habitado pelas mais belas e maravilhosas criaturas que possamos imaginar. Um mundo habitado por elfos, duendes, Ents, fadas, unicórnios, gnomos e druídas, dragões, centauros e grifos.

    E dou por mim a vaguear nesse mundo. A conhecer a cultura dos elfos e dos duendes, a saborear cada palavra de sabedoria dos druídas e dos Ents, a explorar as enormes pequenas aldeias das fadas e a sobrevoar este mundo fantástico agarrado à armadura de escamas de um enorme dragão vermelho

    E porquê? Porquê fantasiar e refugiar-me neste mundo, infelizmente imaginário? São várias as razões... Tento refugiar-me neste mundo utópico para evitar a rotina dos dias, para fugir de emoções e sentimentos que me despedaçam a alma a cada segundo que passa, para não ter de enfrentar pessoas com uma hipocrisía e ego maior que elas, para esquecer...

    E é um mundo que tento muitas vezes traduzir por palavras, muitas vezes insatisfatóriamente. É um mundo que muitas vezes tento traduzir por desenhos e imagens, algumas vezes muito melhor do que podia imaginar. É quando estou a desenhar que este mundo se desenvolve e evolui, é quando estou a desenhar que todas as minhas emoções vêm ao de cima e consigo esquecer tudo o resto... E quando uma dessas tentativas de reproduzir este mundo de criaturas fantásticas é bem sucedida, consigo ver todas aquelas sensações que imaginei...

O Fórum Fantástico 2008 ocorrerá de 2 a 5 de Outubro, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa (em pleno coração do Chiado). De novo organizado em colaboração com a Épica – Associação Portuguesa do Fantástico nas Artes, o FF2008 terá como responsáveis Rogério Ribeiro e Safaa Dib, a que se juntam este ano Ricardo Correia e Ana Baptista.
Marcando a quarta edição consecutiva do evento, o FF2008 vai voltar a proporcionar quatro dias cheios de iniciativas relacionadas com o género Fantástico, de novo no formato de quinta-feira a domingo.
Como nas edições anteriores, podem contar com um rico conteúdo, do que se faz lá fora e cá dentro nesta área. E para isso, estando neste momento o programa a ser elaborado, aceitamos também as vossas sugestões, que poderão ser enviadas para forumfantastico@gmail.com
Pedro Ventura

Júlio Verne passou a infância com os pais e irmãos, na cidade francesa de Nantes e na casa de verão da família. A proximidade do porto e das docas constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com nove anos foi mandado para o colégio com o seu irmão Paul. Mais tarde, o seu pai, com a esperança de que o filho seguísse carreira de advogado, tal como ele o havia feito, enviou o jovem Júlio para Paris, para estudar a lei. Contudo Julio Verne rapidamente descobriu uma maior apetência para o teatro, tendo até escrito algumas pequenas peças e também algumas histórias de viagens. O seu pai cortou-lhe o apoio financeiro, devido à desobediência do filho , o que o levou a trabalhar como corretor de acções até atingir alguma estabilidade financeira. Mais tarde conheceu uma viúva com duas filhas chamada Honorine de Viane Morel, com quem se casou em 1857 e teve, em 1861, um filho chamado Michel Jean Pierre Verne. Durante este periodo de ouro da sua vida conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.

A carreira literária de Júlio Verne começou destacar-se quando se associou a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.

Hetzel publicou a primeira grande novela de sucesso de Júlio Verne em 1862, o relato de uma viagem ao continente africano em balão, intitulado Cinco semanas num balão. A referida história continha detalhes tão minuciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores frequentemente se perguntavam se a história seria ficção ou um relato verídico. Na verdade, Júlio Verne nunca havia estado num balão ou viajado à África. Toda a informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.

Um dos grandes momentos que definiram a sua obra futura surgiu quando Hetzel apresentou Verne a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Verne ao seu círculo de amigos cientistas podendo assim o autor retirar ideias de verdadeiros homens da ciência.

O sucesso de Cinco semanas num balão rendeu-lhe fama e dinheiro. A sua produção literária caminhava em ritmo acelerado. Quase todos os anos Hetzel publicava novo livro de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre eles se encontram as obras primas: Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao centro da terra, A volta ao mundo em oitenta dias, Da terra à lua, Robur - o conquistador.

O último livro publicado foi Paris no século XX. Escrito em 1863, somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado por bisneto de Verne. Era um livro de conteúdo depressivo, por isso foi rejeitado por Hetzel, que recomendou Verne a não o publicar, pois fugia à fórmula de sucesso dos livros já editados. Verne seguiu o seu conselho e guardou o manuscrito num cofre, que ficou selado, só vindo a ser violado mais de um século depois.

Até hoje Júlio Verne é o escritor com a obra mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas.

Julio Verne é considerado por alguns especialistas, em conjunto com H.G. Wells, o “coração” da ficção cientifica; outros referem-se a este autor(que descreveu com algum pormenor grandes avanços da ciência: os submarinos, a viagem à lua, etc;) como o pai da ficção cientifica.

Julio Verne viria a falecer a vinte e quatro de Março de 1905, deixando um legado impressionante que conta com mais de noventa filmes, sem contar com as adaptações para séries televisivas. Um autor que sonhou e fez sonhar!

Não existe melhor forma de relembrar este genial autor senão mergulhar profundamente nos seus textos de sonho e caminhar pelas estradas das nossas vidas sem nunca esquecer uma das suas máximas :

“tudo o que um homem pode sonhar, outros podem realizar”

Este fim de semana vou falar-vos de uma artista que descobri recentemente e que eu absolutamente adoro o seu estilo.

Julie Dillon, tem 26 anos, nasceu a 30-01-1982 nos E.U.A., tem um bacharelato em "Fine Arts" tirado na "California State University" e está neste momento a estudar na "Academy of Art University" localizada na California, E.U.A..

Trabalha em paralelo com diversas empresas de vídeo jogos, publicações de arte e ainda tem tempo para fazer comissões.

Tem uma imaginação incrível, como podem constatar pelos trabalhos que aqui lhes mostro, e tem uma técnica invejável!

Deixo-vos aqui alguns dos seus magníficos trabalhos:



Por fim deixo o que na minha opinião considero o seu melhor trabalho, a ilustração de um "Dreamcatcher" ou "Caçador de Sonhos":




Se quiserem ver toda a sua magnífica galeria é só irem à sua página na Deviantart ou à sua página pessoal


Enquanto se espera ( e desespera) pelas datas mágicas que trarão o mestre até nós fica neste cantinho um excerto de uma interessante entrevista publicada pelo Público:

"Jay Tomio: De onde veio a ideia que o levaria a escrever uma sequência épica, em vários livros, que seria contada através de múltiplas narrativas?

George R.R. Martin: Isso gostava eu de saber. Para dizer a verdade, eu estava a trabalhar num novo romance de FC em 1991 quando o primeiro capítulo de A Guerra dos Tronos - o capítulo onde Brad cavalga com o seu pai até ao local onde um homem vai ser decapitado, e onde eles encontram as crias de lobo na neve - me surgiu certo dia, de uma forma tão vigorosa e vívida que eu soube de imediato que tinha de deixar o outro romance para o escrever. Nessa altura, eu não fazia a mais pequena ideia de que seria uma obra com múltiplos volumes. Apenas sabia que tinha de passar tudo para o papel.
A presente estrutura dos livros Gelo e Fogo, com os seus vários pontos de vista e enredos entrelaçados, foi inspirada pela estrutura aberta dos livros Wild Cards, que tenho vindo a editar e escrever desde 1985. Muitos dos livros Wild Cards são romances em mosaicos, onde cada um dos escritores conta a história da sua própria personagem, juntando eu em seguida tudo. É uma espécie de filme de Robert Altman, mas em prosa. Estruturalmente falando, os livros Gelo e Fogo são Wild Cards, onde eu escrevo todas as partes.

Jay Tomio: Numa entrevista recente, fez um comentário que, na minha opinião, foi bastante preciso relativamente ao crescimento do género - mais precisamente, à quantidade crescente de livros publicados actualmente - ter afectado negativamente o género. Isto porque, embora a variedade seja, de facto, algo positivo, a base de fãs tem vindo a tornar-se bem mais exclusiva dentro de cada subgénero, em vez de serem fãs de Fantástico e de Ficção Científica, coisa que também comentou: "O Fantástico e a Ficção Científica separaram-se, uma tendência que, a meu ver, é particularmente triste". Acha que isto foi resultado de edição/marketing ou terá sido meramente uma reacção por parte destes de forma a seguir a mudança da base de fãs, e, assim sendo, o que associa à causa desta mudança?

George R.R. Martin: A meu ver, as diferenças entre FC e o Fantástico são bem menos importantes do que as coisas que têm em comum. Não foi por acaso que ambos os subgéneros partilharam prateleiras durante décadas a fio, ou que escritores como Jack Vance, Paul Anderson e L. Sprague de Camp mudassem fácil e alegremente de um para o outro no decorrer das suas longas carreiras. Tanto a FC como o Fantástico são variedades de literatura imaginativa proveniente da tradição romântica.
Há fãs que apenas lêem FC e ignoram o Fantástico, e o mesmo se passa ao contrário. Aliás, são os suficientes para que as editoras pareçam decididas a construir muros entre os dois subgéneros, de forma a satisfazer os seus preconceitos, chegando em alguns casos a dizer aos novos escritores de FC que têm de mudar de nome se quiserem escrever Fantástico. Isso é um completo disparate.

Jay Tomio: A sequência de As Crónicas de Gelo e Fogo desfrutou de verdadeiro sucesso, nada de atípico numa série épica de Fantástico. No entanto, aquilo que, de facto, se distingue é o facto de o George ter conseguido tornar-se uma espécie de excepção no que se refere a ser aceite pela crítica dentro do círculo do Fantástico. O que considera haver neste trabalho que proporcione este passaporte que pode, ou não, estar presente noutros trabalhos dentro do subgénero?

George R. R. Martin: Sou a pessoa errada para responder a essa pergunta, que deveria ser dirigida à crítica. Um escritor nada mais pode fazer do que tentar produzir a melhor obra possível, e esperar que a mesma seja bem aceite. Não adianta nada estar sentado à espera da "aceitação por parte da crítica" ou da falta desta.

Jay Tomio: Recentemente, um artigo da TIME consagrou-o " o Tolkien americano". Teve conhecimento dessa afirmação antes da sua publicação? Qual foi a sua reacção?

George R. R. Martin: Eu sabia que a TIME poderia publicar uma crítica, mas até eu ter lido o artigo eu não fazia ideia do que iam dizer. Quando o fiz, fiquei entusiasmado. O Tolkien é o pai do fantástico moderno, e um dos grandes escritores do século XX. Para mim, ele foi uma influência enorme, quando eu me deparei pela primeira vez com O Senhor dos Anéis, ainda andava eu na escola. Eu e ele somos escritores muito diferentes, disso não há dúvida, ma ao mesmo tempo senti-me tremendamente satisfeito e lisonjeado pelo rótulo "Tolkien Americano".

Jay Tomio: Permita-me lançar aqui uma pergunta fútil, uma que lhe será perguntada 1000 vezes mais em 2006. Como vai a escrita de A Dance with Dragons?

George R. R. Martin: Uma página de cada vez.

Jay Tomio: Lisonjeia frequentemente o trabalho de Vance, e penso que se pode ver pequenos reflexos de influência em Tuf Voyaging. O que é que distingue Vance dos outros na sua mente, tornando-o igualmente eficaz no Fantástico e na Ficção Científica (e, já agora, no mistério)?

George R.R. Martin: O seu estilo. A sua imaginação. A forma como combina as palavras. A sua criatividade para nomes, para a língua. Ninguém escreve como Jack Vance. Ele é único.

Jay Tomio: Tornou uma regra sua não falar de outros autores, contudo tenta destacar alguns escritores novos dentro do panorama. Recentemente, fez comentários positivos acerca de dois que já li e gostei, Daniel Abraham, cujo livro de estreia, A Shadow in Summer, foi publicado recentemente, e Scott Lynch, cuja obra de estreia, The Lies of Locke Lamora, foi publicada este mês. Num género que tem demasiadas publicações, o que é que, para si, separou estes trabalhos dos restantes?

George R. R. Martin: A qualidade dos mesmos. Enviam-me vários trabalhos, e tento pelo menos passar uma vista de olhos em todos. Em alguns casos, basta-me ler um ou dois capítulos para saber se é simplesmente mais do mesmo numa caixa diferente, mas o Abraham e o Lynch captaram-me a atenção logo na primeira página, e a partir daí eu já não consegui parar. Havia uma frescura no trabalho deles que eu não encontro em muitos dos livros que me enviam... para além de personagens que me agradaram.

Jay Tomio: Em 1982, numa resposta acerca da troça de Dish sobre Labor Day Group, o George disse: "A divisão entre ficção popular e literária é recente e odiosa". 25 anos mais tarde, as mesmas discussões parecem implacáveis no género. Acha que agora está pior, ou era pior antes? A sua posição mudou?

George R.R. Martin: A minha posição não mudou, não. Penso que, de facto, houve alguns sinais que mostram uma tendência para a divergência baixar, ao longo das últimas décadas. Jornais e revistas importantes mostram-se agora mais disponíveis para fazer críticas a obras de FC e de fantasia do que há vinte anos. Michael Chabon ganhou o Pulitzer com The Adventures of Kavalier and Clay, Stephen King ganhou o National Book Award, e o Tolkien destacou-se em vários inquéritos acerca das obras mais importantes do século XX. Não pretendo de forma alguma com isto dizer que a divisão deixou de existir, mas parece-me que estamos na direcção certa.

Jay Tomio: Comentou já acerca das dificuldades associadas à publicação de A Feast for Crows, que se deveram a várias razões. O que mais lhe agradou no livro, no que se refere ao desenvolvimento de personagens e do enredo terem resultado melhor do que esperava?

George R.R. Martin: Estou demasiado ligado ao livro para poder avaliá-lo de uma forma objectiva. Pergunte-me de novo dentro de vinte anos, e pode ser que eu tenha uma resposta para si.

Jay Tomio: As histórias Dunk and Egg, que estão para vir, já têm editora?

George R.R. Martin: Ainda não as acabei, infelizmente. Mas assim que as acabe, não me parece que vá ter muito problemas em entregá-las a uma editora. Já recebi várias propostas aliciantes.

Jay Tomio: The Ice Dragon vai ser reeditado, e eu pergunto-me se haverá planos para mais ficção curta (sem ser Dunk and Egg), seja a nível de trabalhos novos ou reedições no futuro?

George R. R. Martin: A nova edição de The Ice Dragon é uma versão para jovens adultos ilustrada pela magnífica artista britânica Yvonne Gilbert. Há décadas que a minha dama, Parris, me vinha dizendo que The Ice Dragon daria um fabuloso livro para crianças, e por fim ouvi-a. Esperamos que o livro ajude a apresentar o meu trabalho a uma nova geração de leitores, que depois crescerão e tentarão ler as minhas outras histórias. No entanto, é provável que seja um acontecimento único. The Ice Dragon necessitou penas de ser ligeiramente editado de forma a adequar-se a leitores mais novos, mas essa facilidade não se verifica com qualquer outra das minhas histórias, por isso, este pode bem ser o meu único trabalho para jovens adultos.
No entanto, para leitores adultos, tenho, de facto, uma edição britânica da minha enorme colecção: GRRM: A RRetrospective, publicada inicialmente pela Subterranean Press, em 2003, sendo em seguida publicada pela Gollancz sob o título Dreamsong. São cerca de meio milhão de palavras da minha ficção curta, peças escritas para televisão e autobiografia.

Jay Tomio: Agora a grande questão! Pode prometer a um fã leal que Bronn vai sobreviver?

George R.R. Martin: Lamento. Ninguém está a salvo nos meus livros."


Egdar Allan Poe: O Corvo
Tradução de Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,


Mas sem nome aqui jamais!


Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.


É só isto, e nada mais".


E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.


Noite, noite e nada mais.


A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.


Isso só e nada mais.


Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.


"É o vento, e nada mais."


Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,


Foi, pousou, e nada mais.


E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."


Disse o corvo, "Nunca mais".


Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,


Com o nome "Nunca mais".


Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".


Disse o corvo, "Nunca mais".


A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais


Era este "Nunca mais".


Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,


Com aquele "Nunca mais".


Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,


Reclinar-se-á nunca mais!


Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"


Disse o corvo, "Nunca mais".


"Profeta", disse eu, "profeta - ou demònio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, "dize" a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!


Disse o corvo, "Nunca mais".


"Profeta", disse eu, "profeta - ou demónio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"


Disse o corvo, "Nunca mais".


"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"


Disse o corvo, "Nunca mais".


E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demónio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!


Os cem anos do escritor que nunca parou de inventar futuros (in Diário de Notícias)

"Na sua esmagadora Encyclopedia of Science Fiction, Peter Nicholls chama a Robert A. Heinlein "de longe, o mais influente escritor da ficção científica americana moderna".

Poderíamos até ir mais longe. Heinlein, que nasceu faz hoje 100 anos, é, juntamente com o seu compatriota Isaac Asimov, e com o britânico Arthur C. Clarke (o único ainda vivo do trio), um dos três maiores escritores da história da ficção científica (FC). Mercendo plenamente, tal como os outros dois, o título de Grande Mestre que lhe foi concedido em 1975 pelos seus confrades da Science Fiction Writers of America.

Nascido em 1907, com o início do século XX e o grande ímpeto tecnológico que o havia de caracterizar, Robert A. Heinlein foi um dos escritores que mais contribuiu para a maturidade, sofisticação temática e para o aumento da qualidade literária da FC. Fê-lo através da solidez técnica e da plausibilidade inatacável da especulação científica dos seus enredos; da ênfase que dava ao elemento humano sem descurar a inventividade técnica; e da variedade de temas sociais, políticos, culturais, religiosos e civilizacionais que tratou, deixando sempre bem vincadas a sua personalidade individualista na melhor tradição americana, e o libertarismo das suas ideias.

Este "anarquista de direita", como bem o definiu o citado Peter Nicholls, que começou a sua vida muito mais à esquerda, foi tudo menos um conservador dentro do género, tendo abordado assuntos como o racismo, a discriminação, o totalitarismo, a religião ou a sexualidade, antes e com mais profundidade e pertinência do que a literatura mainstream.

Grande inventor de futuros que também remetiam ao presente e podiam estar ligados ao passado, Robert A. Heinlein era um clássico que sabia também ser moderno, inovador e iconoclasta, capaz de assinar tanto Soldado no Espaço (1959), o elogio da cidadania realizada através do serviço militar e uma grande narrativa de iniciação à vida através do combate, que lhe valeu o rótulo de "fascista", como Não Temerei Nenhum Mal (1970), em que um velho milionário faz transplantar o seu cérebro para o corpo de uma jovem mulher, que deixou perplexos os seus amigos e admiradores mais conservadores. E isto sem que as narrativas sacrificassem a legibilidade, perdessem o seu alto valor de entretenimento ou virassem panfletos.

Heinlein viu inclusivamente um dos seus livros mais conhecidos e aclamados, Um Estranho Numa Terra Estranha, de 1961, transformar-se numa obra de referência pelo movimento contracultural americano, alguns anos mais tarde, tornando-o num guru de pessoas cujas ideias e comportamentos execrava, devido à sua formação militar e às suas convicções ideológicas.

Grande apreciador de nomes pioneiros e fulcrais da FC e do fantástico como H. G. Wells, James Branch Cabell ou Edgar Rice Burroughs, mas também de escritores como Rudyard Kipling, Heinlein cunhou palavras que entraram no vocabulário inglês, coloquial ou técnico (caso de "grok" ou de "waldo"), e foi um dos primeiros autores de FC a triunfar comercialmente na era da literatura de massas, bem como o primeiro a levar o género das revistas especializadas para os títulos mainstream.

Vencedor de quatro Prémios Hugo e várias vezes votado "o maior autor de todos os tempos" em inquéritos a leitores do género, realizados por revistas como a Locus, Robert A. Heinlein deixou uma marca única, gigantesca e indelével na literatura de FC. A Heinlein Society (www.heinleinsociety.org) preserva o seu magistral legado para o mesmo futuro com o qual construiu a sua obra."

In Diário de Notícias

Issac Assimov:
"Não acredito na vida depois da morte. Por isso não preciso de passar toda minha vida temendo o inferno ou o céu. Quaisquer que sejam as torturas do inferno, penso que a chatice do céu seria ainda pior."
"Todas as religiões são a verdade sagrada para quem tem a fé mas não passam de fantasia para os fiéis das outras religiões."

Vitor Hugo:
"A gargalhada é o sol que varre o inverno do rosto humano"

Edgar Allan Poe:
"Nenhum homem que tenha vivido conhece mais sobre a vida depois da morte que eu ou você. Toda religião simplesmente desenvolveu-se com base no medo, ganância, imaginação e poesia."

Leon Tolstoi:
"É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas."
"A tristeza pura e completa é tão impossível quanto a felicidade pura e completa."

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