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Howard Philips Lovecraft foi o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de jóias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, que provinha de uma importante família americana. Lovecraft tinha três anos quando o seu pai sofreu uma aguda crise nervosa que deixou sequelas profundas, obrigando-o a passar o resto de sua vida em clínicas de repouso. Consequentemente Lovecraft foi educado pela sua mãe , Sarah, por duas tias e também pelo seu avô, Whipple van Buren Phillips, que muito o influenciou. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava poesia aos dois anos e já escrevia os seus próprios poemas com apenas seis anos de idade. Foi o seu avô que encorajou os seus hábitos de leitura, apresentando-lhe versões infantis da Ilíada e da Odisseia, de Homero, e introduzindo-o à literatura de terror gótico.

Lovecraft passou uma infância assolada pela doença. Na biografia do autor, o seu biógrafo, L. Sprague de Camp, afirmou que o jovem Howard sofria de poiquilotermia, uma raríssima doença que fazia com que a sua pele se apresentasse sempre gelada ao toque. Devido aos seus problemas de saúde, ele frequentou a escola apenas esporadicamente, contudo lia bastante.

A morte de seu avô, em 1904, revelou-se um acontecimento fatídico que levou a família a um grave estado de pobreza, em decorrência da incapacidade das filhas de gerir os bens que este lhes havia deixado em herança. Foram assim obrigados a mudar de habitação e a deixar o estilo de vida mais cómodo a que se tinham habituado. Uma das consequências foi o súbito agravo da saúde do já muito frágil Lovecraft. Em 1908, um colapso nervoso levou a que o jovem Lovecraft ficasse impedido de receber o seu diploma no ensino médio o que, consequentemente, complicou a sua entrada na universidade. Esse fracasso pessoal marcaria Lovecraft para o resto dos seus dias.

Durante a sua juventud dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1923, publicou o seu primeiro trabalho profissional, Dagon, na revista Weird Tales. Lovecraft junto de C.M. Eddy , tornou-se um ghostwriter no magazine Weird Tales, para artigos do famoso mágico Harry Houdini.

Após a morte de sua mãe, que nunca chegou a ver o filho publicar um trabalho, Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período de tempo, durante o qual conheceu Sonia Greene com quem viria a casar. Ela era natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele. O casal mudou-se para o bairro de Brooklyn, na cidade de Nova Iorque, cidade que Lovecraft nunca gostou. O casamento durou poucos anos e, após o divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde habitaria até morrer.

O período imediatamente após o divórcio foi o mais prolífico de Lovecraft. Foram várias as vezes em que ele se correspondia com vários escritores estreantes de horror, ficção e aventura. Entre eles, o seu mais ávido correspondente era Robert E. Howard, criador de Conan o Bárbaro. Algumas das suas mais extensas obras, Nas Montanhas da Loucura e O Caso de Charles Dexter Ward, foram escritas nessa época.

Os últimos anos da sua vida foram bastante difíceis. Em 1932, a sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se para uma pequena casa alugada com outra tia e companhia remanescente, Annie Gamwell. A casa era situada atrás da biblioteca John Hay. Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras (dificultando as vendas), Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e "ghost-writing" de textos assinados por outros, inclusive poemas e obras não fictícias. Em 1936, a notícia do suicídio de seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado. Nesse ano, a doença que o mataria (cancro no intestino) já avançara o suficiente para que pouco se pudesse fazer contra ela. Lovecraft suportou dores horríveis até que em 10 de Março de 1937 se viu obrigado a ser internado no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois. Contava então 46 anos de idade.

Howard Phillips Lovecraft foi enterrado no dia 18 de Março de 1937, no cemitério de Swan Point, em Providence, no jazigo da família Phillips. O seu túmulo é o mais visitado do local, mas passaram-se décadas sem que o mesmo fosse demarcado de forma exclusiva. No centenário do seu nascimento, milhares de fãs norte-americanos se organizaram para inaugurar uma lápide definitiva, que exibe a frase "Eu sou Providence", extraída de uma das suas cartas.

H. P. Lovecraft e as criaturas de Cthulhu, por ele criadas

Pensa-se que a maior parte dos trabalhos de Lovecraft foram diretamente inspirados pelos seus constantes pesadelos, o que contribuiu para a criação de uma obra marcada pelo subconsciente e pelo simbolismo. As suas maiores influências foram Edgar Allan Poe, por quem Lovecraft nutria profunda admiração, e Lord Dunsany, cujas narrativas de fantasia inspiraram as suas histórias em “terras de sonho”. As constantes referências, nos seus textos, a horrores antigos e a monstros e divindades ancestrais acabaram por gerar como que uma mitologia que hoje se conhece por Cthulhu Mythos, contendo vários panteões de seres extraordinários, tão poderosos que eram ou podiam ser considerados deuses, e que reinaram sobre a Terra milhões de anos antes do aparecimento dos humanos. Entre outras coisas, alguns dos seres teriam sido os responsáveis pela criação da raça humana e teriam uma intervenção directa em toda a história do universo.

A expressão Cthulhu Mythos foi criada, após a morte de Lovecraft, pelo escritor August Derleth, um dos muitos escritores que basearam as suas histórias nos trabalhos deste. Lovecraft criou também um dos mais famosos e explorados artefactos das histórias de terror, o Necronomicon, um livro de invocação de demónios escrito por Abdul Alhazred, sendo até hoje popular o mito da existência real deste livro, fomentado especialmente pela publicação de vários Necronomicons falsos e por um texto, da autoria do próprio Lovecraft, explicando a sua origem e percurso histórico.

Lovecraft foi um dos mais geniais mestres do terror, a sua obra é intensa e imprescindível para um admirador do género. Muitos têm tentado viver à altura do legado do mestre, esperamos assim que das cinzas surja de novo um escritor tão mágico quanto ele!

Há já alguns dias foram anunciados os vencedores dos Prémios Hugo 2008, os mais prestigiados prémios da Ficção Científica mundial. Eis a lista dos vencedores:
  • Best Novel: The Yiddish Policemen’s Union by Michael Chabon
  • Best Novella: “All Seated on the Ground” by Connie Willis
  • Best Novelette: “The Merchant and the Alchemist’s Gate” by Ted Chiang
  • Best Short Story: “Tideline” by Elizabeth Bear
  • Best Related Book: Brave New Words: The Oxford Dictionary of Science Fiction by Jeff Prucher
  • Best Dramatic Presentation, Long Form: Stardust Written by Jane Goldman and Matthew Vaughn, Based on the novel by Neil Gaiman Illustrated by Charles Vess Directed by Matthew Vaughn
  • Best Dramatic Presentation, Short Form: Doctor Who “Blink” Written by Steven Moffat Directed by Hettie Macdonald (BBC)
  • Best Editor, Long Form: David G. Hartwell
  • Best Editor, Short Form: Gordon Van Gelder
  • Best Professional Artist: Stephan Martiniere
  • Best Semiprozine: Locus
  • Best Fanzine: File 770
  • Best Fan Writer: John Scalzi
  • Best Fan Artist: Brad Foster
  • John W. Campbell Award for Best New Writer: Mary Robinette Kowal

O grande vencedor foi o romance The Yiddish Policemen’s Union, de Michael Chabon, ainda não foi publicado em Portugal. Destaque ainda para Connie Willis e Robert Silverberg, autores já publicados no nosso país, e para o filme Stardust, adaptação cinematográfica do conhecido romance de Neil Gaiman.

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